quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cegueira.

—Faça isso.
—Você fala sério?
—Falo o que você deseja ouvir.
—Mas, Camila, eu preciso da sua opinião, de verdade!
—Querida, você não vai gostar.
—Por favor.
—Bem... De que vai adiantar? Digo, você acha que precisa, mas eu não acredito nisso.
—Mas amiga, eu sinto falta de ver as pessoas, as ruas, as coisas, a vida! Estamos cegas! E que alegria podemos ter se não podemos ver as coisas belas do mundo?
—Eu as vejo.
—Como?
—Jane. Quantas pessoas você já conheceu que podia enxergar?
—Inúmeras. Centenas.
—E quantas se importam e olhar? Quantas realmente veem?
—O que você define por ver...
—É sentir. Com a alma. Não é necessário olhos para se ver a vida. A vida está dentro de você.
—O pôr do sol! Camila! Eu nunca mais o vi!
—Eu não posso ver a luz do sol, é verdade. Mas minha pele ainda sente seu calor. Eu posso sentir até sua luz. Mas, me diga Jane, quantas pessoas pode ver o sol e ainda estão no frio, na escuridão?

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