sábado, 29 de maio de 2010

Entre Estrelas

Anita olhou para o céu. Da janela da sua casa ela se sentia mais próxima das estrelas. Minúsculos pontinhos brilhantes acima dela, lhe passavam uma sensação de paz. Era mais uma daquelas noites em que todas as sensações aparecem de uma vez. Sentimentos que só poderiam surgir se ela estivesse sozinha. Ela e suas estrelas. Cada pontinho parecia olhar para ela. Como se cada uma das estrelas estivesse ali por um motivo. Não havia nada acima das estrelas. Ou será que havia? Não, não havia... Se existia algo além da compreensão humana, esse algo estaria entre as estrelas. Quem disperdiçaria a chance de viver entre as estrelas? Naquele momento em que olhava para o céu, sua vida parecia um pouco mais real. Algo mais verdadeiro. Ela existia. Tinha consciência disso. Naquele breve instante. Tudo pareceu certo. Anita sentiu algo estranho percorrer seu corpo. Um arrepio leve, algo dentro dela. Alguma coisa que estava vivendo entre as estrelas, estava nela também.

As estrelas estavam vivas.
Anita estava viva.
O que teria feito isso acontecer?


Algumas pessoas sentem por um breve momento, um momento muito, muito breve, que tudo tem uma explicação. E em uma fração de segundo, essas pessoas descobrem o mistério da vida. Depois passa, e elas já não sabem de nada, porém, naquele breve momento, elas souberam de tudo. Todas as verdades.

As estrelas estavam vivas.
Anita estava vida.
O que teria feito isso acontecer?


Ela não sabia explicar ao certo, mas, de algum modo sentiu que aquele arrepio que pecorria seu corpo, era o que fazia Anita estar viva.
Sua alma talvez seria como uma estrela. Brilhante e única.
Quando Anita morresse, seu corpo não existiria mais. Porém, se sua alma fosse como uma estrela, essa sim, irradiaria luz por toda a eternidade.

Nenhum comentário: